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Esquadrão do Medo

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CENTRALIA - A CIDADE QUE INSPIROU SILENT HILL

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Já fiz um post aqui no blog sobre a cidade de Pripyat (Chernobyl) que foi abandonada devido ao acidente nuclear que ocorreu lá em 1986. O lugar acabou se tornando uma cidade fantasma, entregue ao nada. Caso não tenha visto este post ainda, pode ler a matéria sobre Chernobyl clicando aqui. No post de hoje irei falar sobre uma outra cidade, essa nos Estados Unidos, que se tornou fantasma por causa de um incêndio ocorrido numa mina de carvão.

O que mais impressiona neste caso é que a mina está queimando desde o ano de 1962, isso mesmo, ela queima há mais de 50 anos. Conheça Centralia, a Silent Hill da vida real no post de hoje do Esquadrão do Medo.

A Cidade
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Centralia é/era uma cidade do estado da Pensilvânia, nordeste dos Estados Unidos. A base econômica do local baseava-se na extração do carvão de suas minas, já que toda a cidade fica localizada sobre uma enorme mina de carvão.
O carvão sempre foi motivo de orgulho para a população de Centralia, já que era ele o responsável pela renda dos pouco mais de 1400 habitantes do local. Entretanto em 1962 aconteceu algo que transformou aquele carvão que tanto os ajudou no motivo de sua queda.

Incêndio na mina
Tudo aconteceu no ano de 1962 quando uma equipe de bombeiros foi fazer a queima do aterro sanitário da cidade. Tal qual haviam feito outras vezes, os responsáveis por esta queima juntaram todo o lixo em um canto e atearam fogo. O fogo foi apagado e controlado, ao menos era isso que todos acharam.
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Imagem meramente ilustrativa
Antes de qualquer coisa eles revistaram o terreno em busca de buracos afim de evitar que o fogo chegasse ao subsolo. Os buracos encontrados foram vedados, mas um deles acabou não sendo detectado. O fogo chegou até esse buraco e atingiu uma mina de carvão, vocês já devem imaginar o que aconteceu. Fogo+carvão=incêndio.



Tentativas de controle
Segundo o site Assombrado.com.br, dois homens se ofereceram dizendo que conseguiam controlar aquele incêndio. O primeiro deles cobrou apenas uma pequena taxa de 175 dólares, enquanto o segundo queria uma parte do carvão. A prefeitura de Centralia não pôde aceitar aquelas duas propostas já que o caso do incêndio havia se tornado algo público e que requeria muita burocracia.
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Diversas outras ações foram tomadas para evitar que o incêndio se alastrasse. Valas foram cavadas para ajudar na contenção do fogo, mas talvez devido a inexperiência de quem fez o trabalho as valas foram cavadas em locais errados e quando eram terminadas o incêndio já havia se alastrado e chegado a outro lugar.
Ainda para piorar, quem fazia isso, trabalhava em apenas meio período, quando na verdade o trabalho deveria ser ininterrupto. Eles praticamente tratavam o incêndio como algo que pudesse ser controlado a qualquer momento.

Se deram conta dos riscos
O fogo continuou queimando incessantemente no subsolo da cidade de Centralia. No início dos anos 70 o monóxido e o dióxido de carbono chegaram à superfície e isso oferecia um grande risco à população que poderia adquirir diversas doenças respiratórias.
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O Departamento do Meio Ambiente preocupado com isso, começou a instalar aparelhos que detectavam fumaça ou gases nas residências. Uma parte da população de Centralia foi contra a instalação desses aparelhos e criaram métodos próprios para a detecção desses gases.








Somente em 1979, dezessete anos depois do início do incêndio é que a população (pelo menos uma parte dela) se deu conta dos riscos. O proprietário de um posto de gasolina ao realizar testes para saber a quantidade de combustível nos tanques que ficam no subsolo, notou que a temperatura lá embaixo estava muito elevada. Ao colocar um termômetro dentro do tanque, se deparou com a temperatura de 78 ºC.
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Imagem meramente ilustrativa
Com isso, 27 famílias tiveram que ser realocadas ou foram embora do povoado.

Todd Domboski
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O caso mais emblemático de Centralia é sem dúvidas o do garoto Todd Domboski, de 12 anos de idade. Em 1981 (dezenove anos após o início do incêndio), um grupo de pessoas importantes foi ter uma reunião com membros da prefeitura de Centralia. Como a cidade era muito pequena não havia tanto perigo em se sair sozinho, por isso Todd foi ver o que acontecia.
Enquanto seguia seu caminho, um enorme buraco de 1,2 metro de largura e 46 metros de profundidade se abriu sob seus pés. O garoto conseguiu se segurar na raiz exposta de uma árvore, o que garantiu sua sobrevivência. Seu primo Eric Wolfgang, de 14 anos, ouviu seus gritos de socorro e conseguiu retirá-lo do buraco. O garoto disse posteriormente, que estar naquele buraco era quase como se tivesse sendo puxado para o inferno.
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Todd e o buraco onde ele caiu
O fim de Centralia

Agora não havia mais nada para se discutir, a cidade teria que ser evacuada. O governo ofereceu 42 milhões de dólares para que todas as casas fossem compradas e demolidas. Caso não fossem demolidas, a população poderia dar uma de esperta, receber o dinheiro e depois retornar às suas residências.
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Grande parte da população aceitou ir embora da cidade, outros relutaram e permaneceram em suas casas, agora como moradores ilegais da cidade. Centralia continuava existindo, mesmo que com uma população minúscula. No ano 2000, o censo mostrou que apenas 21 pessoas ainda moravam na cidade. Em 2002, Centralia deixou de existir legalmente quando o serviço de Correios retirou o Código de Endereçamento Postal (CEP) da cidade.

Centralia nos dias atuais
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Vista da cidade atualmente, é possível ver as poucas casas que ainda restam de pé
Segundo o último censo realizado por lá, a cidade conta hoje com uma população de apenas nove habitantes. São pouquíssimas as casas que ainda se mantém de pé. Ainda existe uma igreja em funcionamento com suas atividades dominicais, esta igreja ainda funciona por ficar afastada da zona afetada. A cidade conta com quatro cemitérios, três deles em boas condições, o outro não está tão bom pois o incêndio se iniciou no terreno ao seu lado e suas lápides estão afundando na terra.
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Hoje em dia os únicos sinais de que há um incêndio ocorrendo na cidade, são as rachaduras no asfalto da Rota 61, rodovia que corta a cidade. Além de algumas chaminés localizadas no chão que expulsam fumaça a todo momento do interior da terra.
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Inspiração para o filme
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É quase impossível procurar por Centralia na internet e não vê ela sendo comparada com a cidade fictícia de Silent Hill. Isso não acontece por acaso, o filme Terror em “Silent Hill” de 2006, dirigido por Christophe Gans, teve sua cidade (Silent Hill) baseada em Centralia. No filme, a cidade queima em seu subterrâneo graças a um incêndio ocorrido numa mina de carvão (alguma coincidência com a realidade?). A cidade do filme está constantemente coberta por uma névoa, causada pela fumaça, Centralia já esteve também coberta por fumaça quando o incêndio estava em seu ápice.
Claro que se você for dar uma passadinha por Centralia, você não vai encontrar monstros como o Cabeça de Pirâmide presente no filme. Mas essa adaptação de Centralia para Silent Hill ficou muito boa mesmo. Eu assisti ao filme e não entendi as duras críticas que recebeu. O filme é bom (pelo menos eu gostei e olha que sou bem chato quando se refere a gostar de um filme de terror, são poucos que me agradam).
A título de curiosidade, a foto do banner desse blog é de uma imagem pertencente ao jogo Silent Hill.

Moradores retornarão em 2016
Isso mesmo, no ano de 2016, os antigos moradores retornarão à cidade de Centralia, não para morar, pois como falei anteriormente a previsão é que o subterrâneo queime por mais 250 anos. Os moradores irão retornar para a cidade, com o objetivo de abrir uma cápsula do tempo que foi deixada lá no ano de 1966.
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Na época em que a cápsula do tempo foi deixada, o incêndio já havia se iniciado há quatro anos. Será que algum morador da época previu que em 2016, a cidade de Centralia seria uma cidade fantasma e que o incêndio ainda continuaria?

Fontes acessadas para pesquisa (11/09/15):

*Todas as imagens da matéria foram encontradas no Google Imagens

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