O Edifício Joelma foi inaugurado no ano de 1971. Em 1972 foi alugado pelo Banco Crefisul. Na manhã do dia 01 de fevereiro de 1974 deu-se início um incêndio que ficaria guardado para sempre na memória dos brasileiros.
O Incêndio
Um curto-circuito no sistema de ar-condicionado do 12º andar deu início ao incêndio, que atingiu as cortinas da sala e se espalhou pelo andar. Rapidamente esse incêndio se alastrou pelo restante do prédio.
Desesperados em busca de uma saída, diversas pessoas chegaram até o terraço do prédio em busca de salvação. Infelizmente essas pessoas não podiam ser salvas pelo helicóptero, já que o edifício não contava com um heliporto. Pouquíssimas pessoas conseguiram ser resgatadas.
Sem ter salvação, muitas pessoas começaram a se jogar do prédio. Os desesperados em pânico tentam salvar a vida indo de encontro a morte. Em minhas pesquisas acabei lendo sobre casos de pessoas que tentando salvar a vida, entraram nas caixas d’água do terraço achando que com isso aliviariam o calor e acabaram sendo “cozidos” (não posso garantir essa informação).
Nessa tragédia morreram 191 pessoas e mais de 300 ficaram feridas. O incêndio no Edifício Joelma foi noticiado por toda a mídia brasileira e estrangeira da época. Sem dúvidas, entrou para a história como uma das maiores tragédias brasileiras.
O edifício foi reformado e reinaugurado em 1978 sendo conhecido como “Novo Joelma”. Hoje em dia o prédio continua em funcionamento e é chamado agora de Edifício Praça da Bandeira.
E a fama de ser mal-assombrado?
Até o final do século XIX funcionava no local um antigo pelourinho. Era nesse lugar que os escravos rebeldes eram castigados e muitas vezes apanhavam até a morte.
Imagem meramente ilustrativa |
O Crime do Poço
Como se não bastasse o pelourinho no local antigamente, mais recentemente, no ano de 1948, o professor Paulo Ferreira de Camargo matou sua mãe e suas duas irmãs na casa que fora construída no local. Ele as enterrou em um poço que mandou fazer nos fundos da casa. Como as três desapareceram sem dar sinal algum, o professor foi considerado o principal culpado.
Durante as investigações policiais na casa, Paulo pediu para ir ao banheiro e lá tirou a própria vida com um tiro no coração. Um dos bombeiros que participou do resgate dos corpos morreu de infecção cadavérica ao manusear os cadáveres sem a proteção de luvas. Esse acontecido ficou conhecido como “O Crime do Poço”. Depois disso, vozes, gritos e aparições de fantasmas foram relatados no local.
O Mistério das Treze Almas
Como já falei anteriormente, 191 pessoas morreram na tragédia do Edifício Joelma. Dentre estas 191, treze chamaram atenção. As treze pessoas tentaram fugir por um elevador, mas acabaram morrendo presas lá dentro. Essas 13 pessoas foram encontradas, mas não foram reconhecidas pois seus corpos estavam muito carbonizados.
Seus corpos estão hoje, enterrados lado a lado no Cemitério São Pedro, na Vila Alpina. A lenda das treze almas surgiu quando gemidos e choros (supostamente) foram ouvidos vindos dos túmulos das treze vítimas. Como sabiam que eles haviam morrido queimados, jogaram água em cima dos túmulos e após feito isso os choros teriam cessado. Até os dias de hoje, é possível ver um copo d’água sobre cada túmulo, como um modo de tranquilizar as almas.
Posteriormente, diversos milagres foram atribuídos às almas dessas treze pessoas. Placas de agradecimento pelas graças atendidas podem ser encontradas próximo dos treze túmulos.
O Filme
No ano de 1979 foi lançado o filme “Joelma 23º Andar” dirigido por Clery Cunha. O filme é baseado no livro “Somos seis”, obra psicografada de Chico Xavier.
No filme é contada a história da jovem Lucimar (interpretada por Beth Goulart). Logo no início do filme, a jovem tem um sonho com o incêndio do Edifício Andraus, que viria a ocorrer no dia seguinte. O envolvimento da jovem com o edifício Joelma dá início quando seu irmão Alfredo (interpretado por Carlos Marques) consegue um emprego para ela no 23º andar do prédio.
Durante o incêndio, Alfredo (que trabalhava no 3º andar) consegue escapar com vida. O mesmo não acontece com Lucimar, que morre no incêndio. Após a morte da garota, a mãe entra em depressão e recorre a ajuda do médium Chico Xavier para entrar em contato com a filha. A carta psicografada pelo médium pode ser lida no livro “Somos Seis”.
Além das cenas gravadas para o filme, foram usadas também cenas reais do incêndio.
O filme conta com entrevistas de: Beth Goulart (Lucimar, no filme), Clery Cunha (diretor do filme), Eliana Agabid (filha do produtor Souza Lima) e Richard Simonetti (escritor espírita). Este foi o primeiro filme espírita da história e o único a retratar a tragédia. Assisti, gostei e recomendo que assistam também.
Caso tenha ficado interessado no filme, pode assisti-lo completo logo abaixo:
Fontes acessadas para pesquisa (28/08/15):
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-232294/
*Todas as imagens da matéria foram encontradas no Google Imagens
*Todas as imagens da matéria foram encontradas no Google Imagens
Oie:
ResponderExcluirDe fato, umas das maiores tragédias haventes!
Que completará mais um ano agora/e em breve a cidade tb fará aniversário.
Na época - eram poucos os recursos; meus pais viviam na época nos EEUU e um disse que 'ao ver imagens numa revista nem conseguia dormir por dias' (até me arrepio ao lembrar).
Inclusive nasci no final do mesmo ano. No RJ. Onde resido no sul (e o que dizer do péssimo caso da BOATE KISS? Haverá um júri em breve até...).
Há vídeos do incêndio assustadores mesmo. Além de relatos de quem sobreviveu.
Tempo de inovações mesmo.
Tchau,
R.